segunda-feira, setembro 01, 2008

Sobre a felicidade


Meditar, visualizar imagens que curam, recitar mantras, rezar ou ficar em silêncio são métodos eficazes para purificar nossa mente de seus hábitos negativos. Porém se os praticarmos com a intenção de anestesiar o sofrimento, para não precisarmos estar em contacto com ele, estaremos agindo como um carro atolado na lama: quanto mais se tenta mover as suas rodas, mais preso ele fica. Isto é quanto mais negarmos a verdadeira causa dos nossos sofrimentos, mais estaremos presos neles.

Estamos apegados ao sofrimento e precisamos aprender a ir além dele. Estamos tão sobrecarregados de ideias preconcebidas, expectativas e exigências que não conseguimos mais nos mover dentro de nós mesmos! Sentimos a rigidez de nosso mundo interno e tudo à nossa volta passa a ser insatisfatório. Estamos de facto, atolados em nós mesmos. Não somos felizes quando perdemos o nosso espaço interno.

Felicidade não é algo ligado ao ter, mas ao fazer. Ela não é um humor ou um estado de ânimo, por mais exaltados e duradouros que sejam, mas o resultado de uma vida bem conduzida, ou seja, das escolhas e valores que definem o nosso percurso. A felicidade, em suma, jamais será um estado final que se possa adquirir e dele tomar posse de uma vez por todas. Ela é uma actividade, algo que se cultiva e constrói, algo que por alguns momentos, se conquista e se desfruta, que é fonte de contentamento, mas que está sempre a exigir de nós empenho e amor, sempre recomeçando outra vez.

Podemos atingir a felicidade profunda, perfeita e permanente quando nos libertamos da ignorância, isto é, do hábito arraigado de buscar a felicidade nas condições externas e de estarmos condicionados por nossos próprios estados emocionais ou prazeres físicos.

Portanto o segredo para sermos felizes é ampliar o nosso espaço interno, isto é, manter a mente aberta, disposta a apreciar a vida e a cultivar um senso contínuo de leveza e bem estar.

By Bel César in “O Livro das emoções” Editora Gaia

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