sexta-feira, novembro 26, 2010

Poema



Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco


Mário Cesariny

1 comentário:

Natália Paes disse...

Lindo,lindo,lindo
Simplesmente belíssimo, sutil e notório aom mesmo tempo...
paz,luz,amor,boas energias...