quinta-feira, dezembro 02, 2010

Where is my man




Nunca te tenho tanto como quando te busco
sabendo de antemão que não consigo encontrar-te.

Só então consinto estar apaixonada.

Só então me perco na selva esmaltada
de carros ou carrosséis, cafés abarrotados,
luas de montras, labirintos de parques
ou de espelhos, correndo atrás de tudo
o que se parece contigo.

Estou sempre à espreita.

O alcatrão derrete na rua,
este movente estampado
de camisas e pólos, cujas cores comparo
ao azul celeste ou ao verde malaquita
que por teu peito eu abria.

Deliciosa angústia se julgo reconhecer-te
me faz desmaiar, minha pele toda a nomear-te,
alerta, pendente de meus olhos.

Minha vista indaga, como é fácil de ver,
qualquer indício que me leve a ti,
que te meta no meio onde só tua imagem
prevalece e se te ajuste e funda,
te achegue, te inaugure e estejas para sempre.


Ana Rossetti

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