terça-feira, fevereiro 15, 2011

Els Castellers

Els Castellers by Fernando Barão

A castell is a human tower built traditionally in festivals at many locations within Catalonia, in Spain.

 
Camera: Nikon D70

Camera specifications
Focal length: 200 mm
Shutter speed: 1/180 sec
Aperture: F6.3

By big master Fernando Barão
1st place at dpreview

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Hypocrite Reader–Mon Semblable!


In his book Why Everyone (Else) is a Hypocrite, psychology professor Robert Kurzban argues that hypocrisy is hard-wired into the human brain. Kurzban’s evolutionary psychological view of the mind calls into question our customary notions of consciousness and self, as this excerpt from his book entertainingly demonstrates:



There really is something strangely compelling about the notion of someone in charge in the brain, someone watching the action, someone in control. Indeed, the philosopher Jerry Fodor is insistent on this point: “If . . . there is a community of computers living in my head, there had also better be somebody who is in charge; and, by God, it had better be me.” I don’t really know what Fodor means by “somebody,” “in charge,” or “me” in that sentence, so I’ll just pass discreetly on.

The modular view means that we ought to be really careful about how we think about consciousness. Because we don’t really know the function of the modules that happen to be conscious, we should be very wary of the notion that conscious modules are necessarily going to turn out to have really big roles to play in what the brain, as a whole, is up to. It might seem as though they should, but it could be that we only feel this way because consciousness is the only thing the brain does that feels like something. My guess–and I think the evidence in psychology is with me on this–is that whatever the conscious modules actually do constitutes relatively little of what the mind, in total, does. So, there are many, many things going on in your brain, and “you” have consciousness–experience–of only some of them. Your visual system is doing all kinds of complex computations–it takes an insanely complicated set of operations to turn the light on your retina into something other bits of the brain can use, and you don’t experience any of those. You just experience the visual world.

Further, there’s no particular reason that we ought to expect that consciousness is or must be associated with any particular process. We know more today than we used to about consciousness, but I think I’m on firm ground when I say that there’s still a lot we don’t know. In particular, I don’t think we know what the function of consciousness is, or even if it’s reasonable to talk about consciousness having a function. I won’t get into the philosophy of this, but it’s worth keeping in mind that if we don’t really understand it, we probably shouldn’t make any sweeping claims about it.

There’s a strong intuition that the conscious modules are “us,” and that “we” need to know, basically, everything. But while Bobby does just fine asking Annie out at the end of cranium command, the modules that implement this excellent idea probably don’t have information about how that decision was made. Many, many modules are busily doing their jobs, giving conscious modules the information necessary to do theirs, but quite possibly not much beyond that.

It’s easy to forget this. It’s easy to think that the conscious I is “in charge,” originates decisions, and, basically, is every single module. But it’s not. I think Dennett got it right when he said that while there is some sense in which we all reject dualism, nonetheless, as he put is, “the persuasive imagery of the Cartesian theater keeps coming back to haunt us–laypeople and scientists alike–even after its ghostly dualism has been denounced and exorcized.”

Excerpted from Why Everyone Else Is A Hypocrite: Evolution and the Modular Mind, by Robert Kurzban. Copyright © 2011 by Robert Kurzban. Excerpted with permission by Princeton University Press.

Buy the book: Skylight Books, Powell’s, Amazon
*Photo of Rodin’s “The Thinker” courtesy of edmenendez.

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Presunção de sofrer




Penso que deve existir para cada um
uma só palavra que a inspiração dos povos deixasse
virgem de sentido e que,
vinda de um ponto fogoso da treva, batesse
como um raio
nos telhados de uma vida, e o céu
com águas e astros
caísse sobre esse rosto dormente, essa fechada
exaltação.

Que palavra seria, ignoro. O nome talvez
de um instrumento antigo, um nome ligado
à morte — veneno, punhal, rio
bárbaro onde
os afogados aparecem cegamente abraçados a enormes
luas impassíveis.
Um abstracto nome de mulher ou pássaro.
Quem sabe? — Espelo, Cotovia, ou a desconhecida
palavra Amor.

Sei que a minha vida estremeceria, que
os braços sonâmbulos
iriam para o alto e queimariam a ligeira
noite de junho, ou que o meu
coração ficaria profundamente louco. E nessa
loucura
cada coisa tomaria seu próprio nome e espírito,
e cada nome seria iluminado
por todos os outros nomes da terra, e tudo
arderia num só fogo, entre o espaço violento
do mês de primavera e a terra
baixa e magnífica.


Herberto Helder

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

A canção do delirante Aengus




Eu fui para uma floresta de nogueiras,
Porque minha mente estava inquieta,
Eu colhi e limpei algumas nozes,
E apanhei uma cereja, curvando o seu fino ramo;
E, quando as claras mariposas estavam voando,
Parecendo pequenas estrelas, flutuando erráticas,
Eu lancei framboesas, como gotas, em um riacho
E capturei uma pequena truta prateada.
Quando eu a coloquei no chão
E fui soprar para reativar as chamas,
Alguma coisa moveu-se e eu pude ouvir,
E, alguém me chamou pelo meu nome:
Apareceu-me uma jovem, brilhando suavemente
Com flores de maçãs nos cabelos
Ela me chamou pelo meu nome e correu
E desapareceu no ar, como um brilho mais forte.
Talvez eu esteja cansado de vagar em meus caminhos
Por tantas terras cheias de cavernas e colinas,
Eu vou encontrar o lugar para onde ela se foi,
E beijar seus lábios e segurar suas mãos;
Caminharemos entre coloridas folhagens,
E ficaremos juntos até o tempo do fim do tempo, colhendo
As prateadas maçãs da lua,
As douradas maçãs do sol.


W.B. Yeats (1899)
foto de Jules Berlin.

Poemas... e são dois!



falou-me com duas pedras na mão
eu atirei-lhas de volta
por pouco não lhe rachei a cabeça
parti o vidro duma montra
ficou parecida com uma teia de aranha
chovesse, então, era uma maravilha
veio um polícia e levou-me
bem lhe expliquei a situação
visivelmente não compreendeu
que uma metáfora por vezes
tem consequências pouco legais
multou-me e aconselhou-me
a não reincidir
coisa que fiz logo de seguida
***

pus-me a escrever um poema que
fosse tal e qual uma pedra e
acertasse sempre no que
eu bem quisesse
se parti alguma coisa, pois
não faço ideia
o que garanto é que
não fui multada
até recebi direitos de autor
ainda que injustamente
a pedra era obviamente um plágio
quanto ao poema, quem sabe


Bénédicte Houart
in Aluimentos, Cotovia, 2009

Hipérbole del amoroso


Hipérbole del amoroso

Te amo tanto que duermo con los ojos abiertos.
Te amo tanto que hablo con los árboles.
Te amo tanto que como ruiseñores.
Te amo tanto que lloro joyas de oro.
Te amo tanto que mi alma tiene trenzas.
Te amo tanto que me olvido del mar.
Te amo tanto que las arañas me sonríen.
Te amo tanto que soy una jirafa.
Te amo tanto que a Dios telefoneo.
Te amo tanto que acabo de nacer.

Carlos Edmundo de Ory