Memorial de um corpo
Entras no meu sono
como um dia de água.
Minhas mãos procuram
os teus ramos lentos.
Nos teus lábios mordo
a raiz do lume.
Entre as tuas pernas
quebram minhas ondas.
No teu tronco breve
rebentam os gomos.
Cresces para a luz
dentro do meu sono.
Eugénio de Andrade
In Obscuro Domínio
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