segunda-feira, novembro 15, 2010

Memorial de um corpo


Entras no meu sono
como um dia de água.

Minhas mãos procuram
os teus ramos lentos.

Nos teus lábios mordo
a raiz do lume.

Entre as tuas pernas
quebram minhas ondas.

No teu tronco breve
rebentam os gomos.

Cresces para a luz
dentro do meu sono.



Eugénio de Andrade
In Obscuro Domínio

Sem comentários: